(PCMSO)
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
Norma Regulamentadora (NR 07) que
introduziu um "olhar coletivo" nos procedimentos da inspeção do
trabalho na área da segurança e saúde, dando ênfase às questões incidentes não
somente sobre o indivíduo (abordagem clínica), mas também sobre a coletividade
de trabalhadores (abordagem epidemiológica), privilegiando o instrumental
clínicoepidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.
Essa
dupla abordagem configura-se como essencial para a inclusão das pessoas com
deficiência no trabalho, por ter como objetivo a promoção e a preservação da
saúde do conjunto dos trabalhadores, possibilitando a prevenção, rastreamento e
o diagnóstico precoce dos agravos à saúde re-lacionados com o trabalho.
O
profissional médico, familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e
suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a
que está ou será exposto cada trabalhador da empresa, atua, pois, como
importante agente facilitador na inclusão da pessoa com deficiência na empresa,
por meio da prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados
com o trabalho. Mediante exame médico ocupacional, o profissional médico
identifica aptidão ou não do(a) trabalhador(a) para exercer determina da
função, identificando suas potencialidades laborativas, fator primordial na
adequada alocação e inclusão deste(a) trabalhador(a) com deficiência na em
presa. Essa ação é primordial para garantir que a pessoa com deficiência assuma
uma função que corresponda às suas habilidades, à sua capacidade de trabalho e
a seu interesse, atuando como agente produtivo na sociedade.
O
PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos
trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas
demais Normas Regulamentadoras (NRs). Dois conceitos epidemiológicos são
fundamentais na compreensão da importância do programa para a inclusão das
pessoas com deficiência: o risco e o fator de risco. Risco pode ser definido
como a probabilidade de os membros de uma determinada população desenvolverem
uma dada doença ou evento relacionado à saúde em um período de tempo. Fator de
risco pode ser definido como o atributo de um grupo que apresenta maior
incidência de uma dada patologia ou característica, em comparação com outros
grupos populacionais, definidos pela ausência ou menor dosagem de tal característica.
As
pessoas com deficiência devem ser, portanto, vistas como integrantes de um
grupo populacional com características específicas que, se consideradas aptas
ao trabalho pelo profissional médico, deverá ter promovida a sua acessibilidade
para inclusão adequada na empresa.
O
impacto da deficiência sobre a capacidade de trabalho da pessoa pode variar
amplamente, podendo ser reduzido, pouco interferindo na interação da mesma com
o meio ambiente laboral, ou ser significativo, exigindo considerável apoio e
assistência por parte da empresa e seus empregados.